Mosteiro de Seiça

Junto ao rio Mondego, mesmo ao lado de um troço de caminhos de ferro da Linha do Oeste, fica o Mosteiro de Santa Maria de Seiça ou Mosteiro de Seiça, assim também conhecido. Foi erguido por volta de 1162 (ninguém sabe a data exata), no reinado de Dom Afonso Henriques, no centro de Portugal, mais propriamente em Seiça, muito perto da Figueira da Foz.

No reinado de D. Sancho I, os estabelecimentos da Ordem de Cister sofreram uma drástica redução, restando apenas duas filiações, uma em Alcobaça e outra no Mosteiro de Santa Maria de Seiça, passando este último a albergar uma comunidade de Monges Brancos. Após a Guerra Civil Portuguesa (1828-1834), o Liberalismo foi instaurado em Portugal e as ordens religiosas foram suprimidas. Terminava assim a ligação religiosa ao mosteiro.

Foi mais tarde vendido a privados, que o transformaram numa fábrica de descasque de arroz. Foi assim até 1976, altura em que as linhas de produção encerraram e nunca mais ninguém quis saber do edifício. Em 1997, o Ministério da Cultura classificou o mosteiro de Seiça como Imóvel de Interesse Público. Em 2000, os herdeiros de Joaquim dos Santos Carriço (último proprietário que transformou o mosteiro em fábrica), aceitaram vender o espaço à Câmara Municipal da Figueira da Foz.

Parecia então que ainda havia esperança para o mosteiro de Seiça. Os descendentes da família Carriço não tinham como investir na revitalização do espaço, mas a Câmara parecia estar pronta para o fazer. Ainda se falou em abrir ali um espaço de cultura, lazer e turismo, mas a verdade é que nada aconteceu. Em 2016, o edifício completou 40 anos de abandono e assim continua até aos dias de hoje. Segundo o Diário da República de Abril de 2019, o mosteiro vai ser reclassificado como monumento nacional e irá ser recuperado.

André Ramalho

Sou um apaixonado por fotografia e locais abandonados, e por isso resolvi criar este blog, com o intuito de partilhar os meus registos e aventuras.

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